BONES: Carla Kettner fala sobre o episódio ‘The Doctor in the Photo,’

     Não sei se todos sabiam mas Carla Kettner, foi a "pessoinha" que escreveu o ultimo episódio apresentado, aqui conseguimos pegar uma entrevista que ela dá, falando sobre quais eram seus objetivos e ainda nos dá umas casquinhas do que pode acontecer nos próximos capítulos e diz ainda que pretende dirigir mais um episódio, só que mais pro final de temporada!


      
Bom gente preparem-se a entrevista é grande:



Parabéns pelo episódio muito bem feito. Como você recebeu a função de escrevê-lo?
Carla Kettner: Bom, isso começou quando [o criador de Bones] Hart [Hanson] reuniu todos os roteiristas na casa dele para um almoço bem no começo da temporada. E foi um almoço excelente e relaxante, e ele estava falando sobre o que esperava para a sexta temporada, e uma das coisas que disse foi que queria correr alguns riscos, o que nos deixou bem entusiasmados porque uma coisa complicada em uma série que atinge a maturidade de 5, 6, 7 temporadas é mantê-la revigorante – tanto para os escritores quanto para os telespectadores. Portanto, saímos daquele almoço e meio que deixamos a ideia fermentar, e então numa manhã, acordei e tinha essa imagem bem clara na minha cabeça de uma árvore caindo à noite e revelando um esqueleto. Não sei se foi um sonho ou se apenas acordei com essa imagem. E uma fala de um diálogo acompanhava essa imagem, e essa fala era Brennan dizendo, “Eu cometi um erro terrível.” E fui até Hart naquela manhã e disse, “Olha, vou tentar te vender algo louco. Quero que uma árvore caia e que nosso pessoal encontre o esqueleto de uma mulher e quero que a Brennan olhe para esse esqueleto e basicamente descreva a si mesma. E quero que ela, durante o episódio, sinta como se estivesse contemplando um espelho. E quero levá-la à beira do precipício e quero levá-la ao ponto em que no final do episódio, ela diga para o Booth, ‘Cometi um erro terrível.’” E Hart ficou bastante entusiasmado com essa noção e ficamos muito animados que ele estivesse falando sério quando disse que queria se arriscar. E foi assim que aconteceu.


Você sempre acorda inspirada com essas imagens claras de corpos decompostos em mente?
CK: [Risos] Bem, sabe, às vezes, sim. Às vezes, com certeza. Lembro de estar pensando ano passado, “Eu realmente quero que a cabeça do Papai Noel exploda.” [Risos] Mas acho que havia certo – nesse caso – não foi tanto a asquerosidade da imagem, foi o impacto emocional em Brennan. Todos nós a amamos, todos nos importamos com ela como nos importamos com uma irmã ou amiga. E para mim, era o meu desejo que uma personagem com quem me importo tanto entrasse outra vez em contato com o seu coração.


É de fato um vislumbre de Brennan que nunca tivemos antes. O tom e toda a atmosfera do episódio foram diferentes de tudo o que já vimos na série. Isso tornou a escrita mais difícil?
CK: Não. Não diria difícil, diria desafiador. Geralmente, acesso em meu cérebro a parte de Bones quando estou escrevendo um episódio. Nesse caso, acessei a parte da Brennan, porque queria que fosse inteiramente do ponto de vista dela. E de fato, bem no comecinho do script, colocamos uma nota para a produção de que esse episódio seria estranho. E ao invés de vermos o mundo de forma onisciente, estaríamos vendo-o através dos olhos de Brennan. Então com essa abordagem, foi possível.


Você descobriu alguma coisa sobre Brennan que talvez não estivesse antecipando quando começou a escrever o episódio?
CK: Acho que há coisas que sentia com relação à Brennan que eu gostaria que os telespectadores sentissem. Queria abrir algumas portas em sua personagem – portas que normalmente não abriríamos. Essa foi a razão por trás do personagem do segurança noturno, Micah. Sabe, acho que compreendemos as pessoas e os personagens através de seus relacionamentos com os outros. Usamos Micah para ampliar o nosso insight de Brennan porque é um relacionamento que não se esperava que ela tivesse! Ela geralmente é... intolerante com as pessoas. [Risos] E eis esse cara, um humilde sentinela – ainda que super inteligente – e [ele trás à tona] um lado diferente dela. Acho que todos nós – os fãs, roteiristas e certamente Hart – sabemos que Brennan tem uma profundidade incrível de emoção. Era uma questão de encontrar uma oportunidade de mostrar isso de uma forma que fosse consistente com tudo o que sabemos a seu respeito.


Os fãs vão questionar se Micah é ou não real. Lá pelo final do episódio, convenci-me de que era real, mas foi sua intenção deixar isso vago?
CK: Sim. Houve uma discussão interna sobre se Micah era ou não real. Sei como me sinto com relação a isso, porém outros discordam. Portanto... [Risos]


Você pode dizer para que lado vocês penderam?
CK: Deixaremos isso para sua imaginação!


Quero que Micah seja real, mas só se isso significar que você pode trazê-lo de volta.
CK: Sim! Enrico [Colantoni (Micah)] é fantástico. Adoro-o desde Veronica Mars. Ele era magnífico.


Foi difícil balancear o elenco secundário nesse episódio, dado o quão centrado em Brennan ele foi?
CK: Bem, no que diz respeito ao elenco secundário, acho que cada um dos personagens fora escolhido porque a ideia geral era que transmitíssemos a percepção de que sentir o amor é doloroso, mas não senti-lo é pior. Foi por isso que tivemos Mike Dworsky, o pai do menino doente e Chris Markham, o piloto de helicóptero cujo amor por Lauren nunca chegou a ser. Todos eles tiveram uma função na jornada emocional de Brennan. Foi diferente porque não tivemos nossos suspeitos costumeiros, no sentido de pessoas com motivos e intenções e oportunidade – o [elenco secundário] teve papéis importantes no âmbito emocional desse episódio. E sim, tivemos menos tempo com os membros regulares do nosso elenco porque era tudo sobre Brennan e todos são um reflexo da jornada emocional dela.


E isso nos levou à cena do carro, que foi o auge da jornada de Brennan – não apenas no episódio, mas pode-se argumentar que na temporada ou talvez na série em geral. Teve uma razão pela qual você sentiu que essa conversa deveria acontecer no carro?
CK: Bom, para ser honesta, isso foi bastante discutido e foi mais uma escolha da produção. No meu mundo perfeito, a cena teria acontecido bem ali na rua suja e na chuva. Mas isso foi meio que um problema para a produção e acabou que fiquei muito contente que tenha ocorrido no carro porque há certa noção de que não se pode escapar, porque se está confinado num pequeno espaço. Então foi quase – bem, um mega parabéns para Ian Toynton pela forma como ele dirigiu aquela cena. Acho que, no final das contas, foi melhor que tenha sido no carro porque eles não poderiam fugir um do outro.


Literalmente e figurativamente.
CK: Exatamente! Acho que esse é um dos exemplos de limitações da produção que, na verdade, aumentam o impacto de uma cena.


Sei que você é a escritora oficial desse episódio, mas assumo que não tenha sido uma escolha exclusiva sua fazer com que Booth a rejeitasse, certo?
CK: Bom, não, eu não diria isso. Acho que a história de amor entre Booth e Brennan que todos queremos ver, não acho que queiramos que haja algum movimento repentino nela. Acho que a jornada deles é sobre o tortuoso caminho para o final feliz, se você entende o que quero dizer. Para mim, sinto como se você tivesse um amigo ou alguém querido, você com certeza sabe qual é a melhor escolha para eles, mas só que eles estão muito perdidos em seus próprios problemas para vê-la? Todos sabemos que essa é a coisa mais frustrante no planeta, mas penso da mesma maneira com relação ao Booth e à Brennan, porque passamos a conhecê-los tão bem, eles são como membros da nossa família. É como, “Olá? Ei vocês, acordem! Vocês pertencem um ao outro!” Porém se isso acontecesse subitamente, não seria natural, não seria certo. A essa altura, no mundo da série, eles são pessoas reais e é difícil e uma luta alcançar o amor verdadeiro na vida e em Bones. Não acredito que alguém tenha acreditado que seria tão fácil como Brennan se declarando e Booth aceitando, porque não deveria ser. Não seria honesto. Para mim, entendo que as pessoas queiram que isso aconteça e para mim, isso meio que prova a humanidade do programa – que as pessoas se importem tanto. É como se importar com um amigo ou membro da família. Apenas esperamos que eles cheguem lá eventualmente, sabe? [Risos]


Sem mencionar que Booth tem uma namorada. Sei que alguns fãs provavelmente ficarão aborrecidos que ele tenha rejeitado a Brennan, mas o Booth que passamos a conhecer e a amar nas últimas cinco temporadas não diria, “Tchau, Hannah, foi legal conhecer você!” Ele é um homem respeitável.
CK: Sim! Isso é exatamente o que as pessoas precisam, [perceber]. Você acertou em cheio. As pessoas têm que se lembrar que ele é um homem honorável e não faz isso. Ele é o melhor lado do melhor tipo de homem. E seria errado para ele apenas descartar uma mulher com quem está comprometido numa relação.


Certo, ele está morando com ela. Há um nível de compromisso aí.
CK: Exatamente.


O quão cuidadosa você foi na escolha das palavras que foram usadas entre eles naquela cena? Booth nunca explicitamente disse “Eu te amo” para Brennan no centésimo episódio e Brennan não usou tais palavras nessa cena – essa é uma coisa que está sendo guardada para o momento certo?
CK: [pausa] Sabe, acho que na vida, mais uma vez, você precisa escolher as palavras cuidadosamente. E todos sabemos o quanto essas palavras significam. Debatemos a linguagem da cena e a mesma foi ajustada uma porção de vezes numa tentativa de deixá-la o mais genuína possível. E se a mesma parece um pouco frustrante, é porque esse foi o propósito.


Eu achei que essa foi uma ótima evidência para o relacionamento deles porque tem umas partes dessa temporada em que parecia que Booth estava mesmo desconectado de Brennan, mas nessa cena, ele sabia exatamente o que ela quis dizer.
CK: Sim! Fico tão contente!


Esse episódio foi muito, muito bem feito.
CK: Acho que todos se uniram de forma extraordinária nesse episódio. Havia detalhes. Whit Vogel, nossa coordenadora do departamento de arte, cheguei para uma das reuniões logo no início e ela disse que tinha feito um modelo da árvore, porque o departamento de arte estava super comprometido em fazer tudo certo. E ali no meio da mesa estava uma incrível caixa com uma árvore em miniatura saindo dela. E ela puxou um cabo e a tampa da caixa foi levantada para revelar as raízes da árvore e o esqueleto acoplado nelas. O trabalho que essa menina teve... Todos estavam em seu melhor jogo. Há uma cena no começo do episódio quando Brennan está deixando o hospital, quando ela pela primeira vez olha para a foto da Dra. Lauren e vê a si mesma, ela entra no elevador e há uma incrível sequência dela descendo. Com certeza eu não pus aquela cena no script. Ian, quem eu acho um diretor absolutamente brilhante, eu disse para ele, “Naquela única cena, você capturou uma visão de toda a jornada emocional dela no episódio.” Agora não consigo imaginar o episódio sem aquela cena. Nós a vemos e é como se a víssemos descendo a esse mundo íntimo que ela normalmente evita completamente e Ian apenas – acho que é uma das imagens mais bonitas que já tivemos na série. Ela visualmente define a inteira jornada do episódio, para mim.


Com certeza. E Emily. Acho que não podemos dizer o bastante sobre o quão incrível Emily foi nesse episódio.
CK: Além de incrível. Todos sabemos que ela é uma das atrizes mais extraordinárias da televisão, atualmente e talvez sempre. Mas nesse episódio, ela ultrapassou isso. Há tanta beleza e verdade na performance dela, espero que isso seja reconhecido por toda a parte.


Concordo plenamente. Não tem como assistir a esse episódio e não sentir por essa mulher e não ficar deslumbrado com o domínio que ela exibe.
CK: E a simplicidade. Geralmente não se vê isso numa performance na televisão. De regra, há certa qualidade polida nas performances das emissoras de televisão e Emily, ela me impressionou. Ela me impressionou cem por cento. E somos tão extremamente honrados por trabalhar com ela. Eu sabia que ela era boa. E espero que ela receba o reconhecimento que merece.


As lágrimas dela na cena do carro, aquilo foi um choque.
CK: Aquilo não partiu seu coração?


Absolutamente. E eu fiquei um pouco desapontada que a Fox a tenha usado no promo do episódio, porque foi um momento tão comovente para a personagem. Você gostaria que ela tivesse sido contida?
CK: Se isso faz com que mais pessoas assistam porque elas veem que algo grande vai acontecer com a personagem, estou ok com isso. Acho que ainda é uma surpresa quando você chega [ao momento] de fato. Mesmo sabendo que isso está vindo quando estou assistindo ao episódio, ainda é uma surpresa par mim porque a interpretação é tão extraordinária. Não temos nenhum controle sobre o que aparece nos promos, então meio que espero que o departamento responsável [seja bem-sucedido] – é o trabalho deles, então eles devem saber mais do eu! Não acho que [os promos] vão estragar o episódio para ninguém.


Agora que você viu o episódio, tem alguma coisa que você gostaria que tivesse sido feita diferentemente ou há algo que você gostaria de acrescentar?
CK: Não. Quero dizer, algumas coisas foram alteradas ou cortadas por causa do tempo ou outras considerações, mas no final, é exatamente o que esperei que seria naquela manhã que acordei com a imagem da mulher na árvore e Emily dizendo, “Cometi um erro terrível.” É o episódio que esperei que seria. E isso é tudo o que qualquer um de nós poderíamos pedir!


É bom ouvir isso. Apenas para esclarecer, era suposto que esse episódio acontecesse antes ou depois de “The Twisted Bones in the Melted Truck?” Sei que esse foi o oitavo episódio a ser filmado [foi o nono a ir ao ar] e quase pareceu que “TTBitMT” teve algumas cenas que poderiam ser explicadas como implicações remanescentes desse episódio.
CK: Sabe, é engraçado, algumas pessoas perguntaram isso e a verdade é que a nossa intenção sempre foi que ele fosse ao ar depois desse [TTBitMT]. Mais uma vez foi por questões de produção que eles foram filmados numa ordem diferente. Mas a intenção sempre foi que ele fosse o último episódio a ser exibido antes do Natal, antes de começarmos a reprisar, porque queríamos deixar as pessoas pensando acerca da mudança antes das festividades. [Risos]


E agora vocês terão que lidar com um pouco de mudança porque vão ao ar depois de American Idol. Isso altera alguma coisa para vocês, ou está tudo na mesma na sala dos roteiristas?
CK: Está tudo na mesma. Acho que há um pouco mais de roeção de unhas e um pouco mais de ansiedade. [Risos] Fora isso, estamos apenas fazendo a série que amamos fazer. Espero que um monte de pessoas, que por qualquer razão não tenham visto o programa antes, deixem suas televisões ligadas na Fox e nos descubram porque isso seria fantástico, mas não sei. Veremos o que vai acontecer!


Você vai escrever mais algum script esse ano?
CK: Talvez faça mais um mais adiante na temporada, se o tempo permitir. Veremos. Não há decisão definitiva sobre isso. Estou bastante ocupada, no momento. Espero que sim. É uma série tão divertida de se escrever. Temos algumas coisas fantásticas planejadas para mais para frente. Quem quer que esteja escrevendo, será ótimo!

E aí gostaram?


5 comentários:

Realmente gostei dessa entrevista pq foi um episódeo tão extraordinário que merecia muita falação sobre. sem dúvidas o melhor de todos.
obs: micah é o anjo da guarda de Bones.[minha opinião]

Anônimo
13 de dezembro de 2010 às 03:21 comment-delete

"Sabe, acho que compreendemos as pessoas e os personagens através de seus relacionamentos com os outros." Nossa, adorei essa visão sociológica/psicológica da roteirista. Realmente, somente somos capazes de entender o q se passa na cabecinha de qualquer personagem através de seu comportamento com os outros. Foi uma ótima sacada utilizar o personagem Micah para nos mostrar um pouco mais sobre Brennan.

13 de dezembro de 2010 às 07:59 comment-delete

"Acho que, no final das contas, foi melhor que tenha sido no carro porque eles não poderiam fugir um do outro."

Eu iria preferir se a cena tivesse acontecido na rua, na chuva. Mas, só a idéia da Brennan levando um fora daqueles em uma cena tão romântica seria devastadora. A cena foi tensa e nada feliz. Achei bacana q foi no carro. Deu a sensação de q ela simplesmente n aguentava mais de tanto arrependimento.
Ai ai... =/

13 de dezembro de 2010 às 08:03 comment-delete

Nossa eu amei essa entrevista com a carla. Obrigada por postarem ela *-*

Ps: Esse epi acabou comigo =X

Anônimo
13 de dezembro de 2010 às 16:51 comment-delete

procuraremos postar sempre notícias quentinhas!!
mas sinceramente esse epi. também me mato0u!
bj]ao pessoal

14 de dezembro de 2010 às 06:37 comment-delete

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